quarta-feira, 15 de abril de 2009

Another Heart Calls P.I


Era uma manhã de inverno, uma bonita manhã de inverno. Sete horas da manhã, hora de levantar e trabalhar. Até que um banho quente não seria uma má idéia, um chocolate quente também não. Ah, e claro, O Dylan... DROGA! Eu não deveria mais pensar assim, já faziam 3 anos desde que ele foi embora. Para onde? Eu nunca soube. Hoje faríamos 8 anos de noivado, isso é, se ele ainda estivesse aqui. Mas a data que mais pesava na minha memória, eram esses malditos três anos. Preciso parar de pensar e atender ao telefone.

-- Sim? – atendi com voz de sono.
-- Rox? – perguntou a voz.
-- Sim – respondi confusa – Quem é?
-- Dylan.
Eu abri minha boca para responder, mas não consegui emitir som algum. Fazia algum tempo que não ouvia sua voz. Ele preencheu o silêncio dizendo:
-- Feliz 8 anos.
-- Hã? – perguntei incrédula.
-- Já se esqueceu? Faríamos 8 anos de noivado hoje.
-- Ah, é. Tinha me esquecido. – menti. – Foi só por isso que ligou?
-- Sim... Não. Queria dizer que, eu sinto a sua falta.
Mais uma vez, eu senti que as palavras me fugiam. Como assim, depois de me deixar do nada ele liga e diz que sente a minha falta? Eu mal sabia que ele ainda tinha meu telefone. Relaxe, respire, responda – pensei.
-- Hum... achei que não se lembrasse mais de mim. – pude sentir minha voz vacilar. Deus, como isso doía.
-- Não, como eu poderia? Você foi uma das coisas mais importantes pra mim, ainda é para ser sincero.
-- Ah... Dylan, eu preciso desligar.
-- Hum... Ok. Eu te ligo depois, pode ser?
-- Ah, claro.
--Ok! Beijos, e... Sinto sua falta. AH! – ele gritou – só mais uma coisa, você sente a minha falta também?
-- Não sei, talvez. Olha Dylan, eu preciso mesmo ir. Beijos – e desliguei.


Sinto sua falta. Malditas três palavras, malditos três anos. Eu deveria ter superado toda essa coisa de amor, mas é realmente difícil esquecer uma parte da sua vida, talvez uma dose dupla de aminésia fosse resolver meu problema, ou talvez nem assim. Eu me lembro de quando não nos importávamos, éramos apenas duas crianças aproveitando os momentos enquanto podíamos. Crianças, sim, crianças. Que droga Dylan – eu pensei enquanto olhava sua foto – porque você sumiu assim? Eu nunca pedi nada além de você. Nada, absolutamente nada. Eu daria tudo para poder apagar todas essas memórias.

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