terça-feira, 5 de maio de 2009

Carta ao filho que se foi.


(É o seguinte, essa é carta é baseada em um texto que diz que o pai era muito ocupado para conheçer seu próprio filho que cresceu, e foi embora. Leve esse 'ir embora' como ganhar autonomia e ir viver sua vida em outro lugar.)

Querido Filho,

Não sei o que me faz acreditar que uma simples carta, escrita em alguns minutos, possa vir reparar erros de toda uma vida. Afinal, palavras não curam magoas, palavras não mudam os fatos, porém, amenizam dores. E a minha maior dor é ter perdido tempo com coisas passageiras deixando de lado tudo que eu tinha de mais precioso: meu filho.
Eu não ousaria dizer que sei como você se sente, pois isso não é algo que se meça. Mas posso dizer que me arrependo de tudo aquilo que fiz, ou melhor, aquilo que não fiz. Arrependo-me de todos os abraços negados, todas as conversas evitadas. Mas acima de tudo, arrependo-me de ter crescido tarde demais. Eu era jovem, ambicioso. Egoísta, sim, egoísta demais para poder enxergar o que havia além do meu ego. Creio que nunca é tarde para tentarmos reparar nossas falhas, a velha sorveteria continua no mesmo lugar, seu velho brinquedo continua aqui pedindo por concerto, mas, além disso, seu velho pai pedindo-lhe perdão.
Eu não peço que você me compreenda e me aceite de imediato, mas que percebesse o quão angustiado e sinceramente arrependido me encontro. Mas apesar de tudo, orgulho-me do homem de bem em que você se tornou meu filho. Caso esteja disposto a juntos buscarmos um novo começo, sabe onde me encontrar.
Com amor, papai.

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